quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Um mosaico de reflexos e histórias

A ludicidade dos espelhos e uma calorosa roda de contação de histórias ao ar livre, contagiaram os participantes do curso “Um Conto Atrás do Outro”, compondo o NUFOPES.
Além das músicas envolventes e da mistura de sentidos e sentimentos de confiança o que mais marcou esse encontro foram dois momentos: Um exercício com espelhos e uma roda de contação de histórias à beira mar.

No primeiro momento, o descobrimento! As diversas possibilidades e ângulos de se ver e ver as coisas ao redor. “Senti-me feito criança. Comecei a observar as mínimas coisas no exercício do espelho e quando percebi estava totalmente envolvido no processo”, disse Paulo Irapuan.
De repente, Thiago e Ana Cícera começam a brincar com a aproximação de espelhos entre si e uma série de imagens começa a ser construída ao som de músicas de Zélia Duncan.
A aproximação do outro fez com que toda a sala se transformasse em um verdadeiro caleidoscópio, fragmentos e olhares, todos compenetrados na atividade.
Na hora de terminar a atividade as pessoas pareciam não querer mais se desvencilhar do objeto, que já havia virado parte deles e, em alguns casos, havia criado até vida própria.
Thiago Sampaio contou que mesmo com os intervalos entre uma aula e outra percebeu a turma entrosada. "Para mim, vivenciar tudo isso hoje foi muito importante. Uma experiência diferente e muito boa. A turma está bastante unida, o momento do espelho foi precioso para a aula, foi tudo muito rico", disse.
Para alguns foi um dia difícil, já outros acharam a experiência única e enriquecedora. A turma estava realmente disposta e o último exercício do dia só veio comprovar essa afirmação.
Um pôr do sol maravilhoso, frutas e muita história. Essa foi a proposta de encerramento dessa etapa. Cantarolando as músicas aprendidas durante a oficina anterior, os integrantes do NUFOPES foram andando em cortejo até a praia de Guaxuma.

Chegando lá, uma roda de contação de histórias foi montada, onde a regra era a seguinte: a história inicia-se com uma fruta inteira, a primeira pessoa começa uma história, morde a fruta e passa a diante para quem deve continuar a contação dessa história. Pouco a pouco, as histórias foram fluindo até que todos contribuíram com algum trecho para formar uma história.
“Foi um dia muito proveitoso. A praia e a roda de histórias me fizeram viajar. O ambiente foi muito caloroso e envolvente. Ouvir histórias com o sol, com o barulho das ondas, sair dos muros da sala foi muito bom, foi muito gostoso”, disse Simone Souza.
Dando continuidade ao processo, no dia seguinte, houve um compartilhar de vivências e sensações experimentadas durante a sessão de contação de histórias ocorrida na Livraria Livro Lido, compondo a programação do projeto Aldeia SESC Guerreiro das Alagoas. Todos falaram da importância da “troca” em assistir as contações e poder contar. Os integrantes deram depoimentos e foi comentado a facilidade de como as integrantes da Trupe Gogó da Ema de Contadores de Histórias do SESC Alagoas contavam histórias, “era algo tão natural que parecia que elas tinham vivenciado as histórias que estavam contando, por mais surreais que elas sejam” disse o grupo.

Houve, também, um momento de reflexão a cerca do ultimo encontro e os exercícios propostos, assim como: o exercício do palhaço, onde todos os integrantes usaram nariz de palhaço e máscara para desenvolver as sensações.
Alguns integrantes falaram que não ficaram a vontade com o exercicio pela dificuldade do fazer sorrir. Luciano Pontes relatou sobre a visão do palhaço que muitas vezes não é apenas para fazer sorrir "um bom palhaço consegue trabalhar sentimentos: fazer sorrir, chorar, refletir..."
Após a conversa houve o primeiro exercício de alongamento, objetivando preparar o corpo para a jornada de exercícios que estava por vir. Logo após, sentados em círculo, colocaram no centro alguns sapatos. O primeiro momento foi de observação, em seguida as pessoas escolhiam um sapato aleatoriamente e descrevia as características do dono daquele calçado.
Os jogos sempre tão presentes na preparação artística foram constantes. Nesse encontro, um em especial chamou a atenção do grupo. A proposta era desenvolver a percepção e a criatividade utilizando seqüências de músicas onde a regra era pensar nos quatro elementos da natureza (terra, fogo, ar e água) e transmitir o sentimento através de movimentos. Batidas e cantigas embalaram o exercício e os integrantes do NUFOPES se entregaram a sonoridade e ao poder da imaginação, se transportaram para um lugar imaginário, criando cenários a partir da música.

No início da tarde, o grupo fez alguns exercícios de alongamento. Posteriormente, Luciano Pontes pediu que cada pessoa escolhesse três palavras que poderiam tornar o mundo diferente. Após a escolha, as falaram olhando uns aos outros. Os olhares penetrantes fotografavam as retinas e se expandiam ocupando todo o espaço.
Por conseguinte, a turma foi dividida em três grupos para responder as perguntas que estavam por vir. Diversos questionamentos surgiram a respeito de ser um Contador: “Qual a função do Contador de Histórias?” Será que é propagar o incentivo a leitura? (Uma das respostas do grupo). A partir desses questionamentos a turma foi levada a uma reflexão sobre a atuação do contador de histórias.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Intercâmbio literário




Um momento de interação. Olhos atentos, músicas e histórias. Tudo isso em meio a um ambiente repleto de livros e revistas, local onde a literatura respirava e era transpirada para os ouvintes presentes na Roda de Contações de Histórias da Aldeia SESC Guerreiro das Alagoas.
A Trupe Gogó da Ema de Contadores de Histórias do SESC Alagoas participou da ação que aconteceu na Livraria Livro Lido e reuniu, também, a primeira turma do Núcleo de Formação e Pesquisa na Arte de Contar Histórias (NUFOPES).
Entre um conto e outro a alegria era visível nas risadas que predominavam nos rostos dos participantes. Quem quisesse podia entrar, também, no jogo da contação. E não demorou muito. Em pouco tempo a magia das histórias contagiou os presentes que passaram a interagir com as contadoras da Trupe e participaram da roda.
Cantigas de roda e histórias cantadas embalaram a manhã literária. O lúdico tomou conta da livraria e os ouvintes mergulharam nas histórias de bichos falantes e aventuras por florestas.




A multiplicidade das vozes e dos ritmos

Preparação: aquecimento e alongamento. Tudo pronto para o começo da jornada de exercícios propostos pela preparadora vocal do Núcleo SESC de Formação e Pesquisa na Arte de Contar Histórias (NUFOPES), Adriana Milet.

Depois desse primeiro momento, uma dúvida passava pelas cabeças dos participantes da oficina... Para quê serviriam os espelhos solicitados? A resposta só veio em seguida. Descobrir o rosto e o corpo através do espelho e assim trabalhar a musculatura da face.

Para isso, foi necessário se permitir e entrar no jogo. Pouco a pouco as pessoas compraram a idéia e foram fazendo careta e flexionando a musculatura. Assim, se entregando à brincadeira conheceram melhor as múltiplas faces de seus próprios rostos.

A jornada seguiu com uma preparação das cordas vocais com exercícios de aquecimento e alongamento. O ritmo do tambor e das cantigas contagiou as pessoas com a magia da dança. De repente, uma roda, repleta de cadências e gingados diferentes tomou conta da sala com a dança Cacuriá, natural do Maranhão. Músicas de tradição oral do campo da conhecida em São Luiz, Dona Tetéia.

No fim do dia um exercício de percepção da própria voz e das vozes dos outros despertou os participantes para conhecer e aguçar seus sentidos através das vozes. A emoção tomou conta do grupo que a cada encontro está se tornando cada vez mais unido.